A 2 semanas do 1º Encontro de Juventude do Algarve, ouvimos a ECOS, Cooperativa de Educação, Cooperação e Desenvolvimento a propósito do I Encontro de Juventude do Algarve
Jornal – Cara Sofia, como gestora do projeto, pode-nos falar deste I Encontro de Juventude do Algarve (EJA)?
Sofia Martins (SM) – O I Encontro de Juventude do Algarve é o culimar de um processo de vários consultas locais, realizadas aos jovens, dirigentes juvenis e aos técnicos de juventude, com o apoio das Câmaras Municipais e diversas entidades regionais e nacionais, e que procurou mapear as necessidades e dificuldades que os jovens encontram, ao nível de diversas áreas de políticas públicas, tais como, na educação, transportes, emprego, formação, saúde, participação, etc. A par desse levantamento de necessidades e obstáculos, procurámos também mapear as soluções propostas diretamente pelo jovens, e por todo um conjunto de outro atores fundamentais com responsabilidades nas áreas da Juventude no Algarve. Foi no decurso destas consultas locais que surge agora o I Encontro de Juventude do Algarve, nos dias 26, 27 e 28 de Abril, cujos principais objetivos são criar um documento que possa ser um contributo para uma estratégia regional para a juventude e apresentar de uma Agenda 2020 Jovem, constituída por 20 propostas jovens que possam ser implementadas a nível regional. Instrumentos estes que consideramos fundamentais para o desenvolvimento de politicas publicas na região que reflitam as necessidades dos jovens e que passem a ter estes como parceiros insubstituíveis na construção e procura de soluções para os diversos desafios que encontramos atualmente na nossa sociedade. No fundo pretendemos que este projeto seja um primeiro passo e contributo para criar uma nova cultura de participação juvenil nos processos de decisão na nossa região, em que todos os atores têm uma voz ativa e um contributo a oferecer em matéria de desenvolvimento na área da juventude.
Quando e onde acontecerá o I Encontro de Juventude do Algarve, mais conhecido por EJA
SM – O Encontro decorrerá na Universidade do Algarve – Campus da Penha, complexo pedagógico, nos dias 26, 27 e 28 de Abril.
Então isso significa que ouviram os jovens dos 16 concelhos? E como realizaram esse processo?
SM – As autarquias tiveram um papel central, na medida em que foram o nosso elo de ligação às comunidades. A estas coube-lhes mobilizarem as associações que trabalham com e para os jovens, pois cada concelho tem as suas especificidades e foi sempre nossa intenção incentivar o trabalho em parcerias e os processos participativos nas tomadas de decisão.
Realizámos consultas locais na Universidade do Algarve e em 13 dos 16 dos municípios, e nalguns deles, realizámos mais que 1 sessão (com sessões especificas para alunos do secundário e ensino professional, líderes associativos e jovens ativos nos municípios). Destas consultas saíram documentos com as principais reflexões dos jovens sobre as necessidades e as soluções para os seus concelhos. É com base neste trabalho que pretendemos agora criar uma estratégica e uma agenda conjunta a nível regional.
Para além das consultas locais também existiram as reuniões com a chamada Comissão Coordenadora Regional do projecto, onde reuniram os vários representantes autárquicos e associativos de toda a região e várias entidades e direcções regionais, como é o caso da AMAL, IPDJ, Direção Regional de Educação, Cultura, Economia, Agricultura e Pescas, IEFP, entre várias outras, para implementar e desenvolver este projecto partindo de uma base de construção colectiva e participativa entre os vários atores.
Também muito importante – e aqui apelo a todos os jovens que ainda poderão participar – foi a construção do questionário JOVEM2020, que compila as propostas apresentadas em todos estes processos de consultas locais e as respostas obtidas num anterior questionário lançado a dirigentes associativos e técnicos de juventude e que permite agora recolher a opinião dos vários outros jovens da região que não puderam estar presentes nas consultas locais. Já temos mais de 200 respostas neste questionário, mas o Algarve tem muitos mais jovens, pelo que apelamos a todos que dêem a sua opinião nas áreas que sentem como prioritárias nas suas vidas, pois iremos apresentar os resultados durante o EJA. Cada área tem também um espaço aberto onde poderão deixar as considerações, opiniões, propostas que consideram mais pertinentes. Podem encontrar este questionário também no nosso site www.algarve2020.ecos.pt
Se um jovem ou técnico de juventude ou dirigente associativo quiser participar no EJA, como deverá fazer?
SM – O nosso site www.algarve2020.ecos.pt contém toda a informação. Lá poderão encontrar a ficha de inscrição, e os procedimentos e os procedimentos que deverão seguir, bem como os objetivos e programa de todo o evento.
Fundamental é reforçar que só aceitamos 160 inscrições e a data limite é a 21 de Abril. A nossa ideia inicial é termos cerca de 10 jovens/dirigentes/técnicos por concelho, mas a verdade é que contará a ordem de chegada, pelo que sugiro a todos que se apressem, pois não poderemos aceitar mais que 160 inscrições para o evento.
Mas existirá um programa paralelo, certo?
SM – Sim. Apesar dos grupos de trabalho, onde serão debatidas todos os resultados obtidos até agora no projecto, existirá todo um programa em paralelo, com a colaboração de várias associações e entidades, que permite que muitos outros jovens possam participar no evento. Temos várias atividades programadas, desde concertos, danças, workshops, uma mostra associativa, parede de escalada, sessões de esclarecimento, mesas de debate, entre outras, o nosso objetivo é permitir que este evento seja também um marco de mobilização regional dos jovens. No final do primeiro dia, sexta feira dia 26 de Abril, terminaremos com a conferência “Geração Liberdade – A Juventude na reconstrução da democracia”… tema que nos parece bastante pertinente na atualidade do país e da europa e que trará personalidades de âmbito nacional na área da juventude e dos novos movimentos sociais.
Tem uma última mensagem que gostaria de deixar aos jovens e aos técnicos e dirigentes juvenis?
SM – Sim. Acreditamos que este projecto poderá ser um grande contributo na procura de respostas de como se constrói uma democracia mais próxima dos cidadãos e cidadãs e onde estes possam rever os seus valores, necessidades e interesses. Achamos que a juventude poderá ser um motor importante para esta mudança de paradigma. Portanto, não percam esta oportunidade de participar, seja através do questionário Jovem2020 ou no EJA.
Para mais informações:
E-mail: algarve2020@ecos.pt
Tel: +351 96 6669345
Fax: +351 289800098